domingo, 23 de junho de 2013

297. DESTE SEPULCRO





deste sepulcro em que me encontro nascem pássaros de fogo
animais coloridos que voam nos céus da desesperança

triste sina do corpo moído sujo na força vital da agonia evasiva lúgubre pendente

de reencarnação urgente     estou morto eu que vivo 

mãos sulcadas súbitas e aladas
pelo destino pela abóbada das estações

gosto de vinho no outono cidra no inverno 
do luar de agosto

aldeia minha com que sonho     música de encantar dá-me uma musa para me reclinar

sossega na terra calma a luta dos cantos cósmicos 
das nostalgias das alegrias crepusculares
do frémito das mulheres que o sabem ser em espasmos incontrolados     carnes audazes de videiras hasteadas

é tarde ou cedo     que interessa a hora da eternidade na carne que abismada reluz ao sol

que interessa ó deus se em vós acredito     é por acreditar que existis     é por ter fé que em mim estais?

se vos conheci ficai sabendo que vos esqueci como esqueço sempre tudo 
tudo e nada grandes e pequenos andarilhos e senhores

merda para a memória que me mata e 
estonteia suja desconserta ensarilha e desnorteia


http://www.homeoesp.org/livros_online.html



Sem comentários:

Enviar um comentário