sexta-feira, 28 de junho de 2013

422. QUEM ESQUECE UM CORPO NÃO É DIGNO DE AMAR





não o vislumbrava na noite erma     os cepos de oliveira esvaíam-se na lareira do quarto em ais de ligeiros estalidos
não o sentia     não o pressentia no ar quente do segredo guardado pela origem de tudo     nem sequer o intuía

a voz dela acalmou as inquietações e ficou por ali a pairar nos reposteiros carmim do seu corpo longínquo     não se lembrava     não o recordava nas faces rosadas da memória

ah quem esquece um corpo não é digno de o amar

o lume extingue-se paulatinamente
e as cinzas do sem-nome penetram o aposento perfumando-o


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