sábado, 29 de junho de 2013

488. CARROSSEL





olhemos     vejamos a mesma estrela o mesmo brilho de bronze no céu harmonioso     o dia está fresco a noite fria e da vida pouco nos resta
o carrossel gira aos uivos     ah como gira e rebrilha trajado de negro
a cabeça da deusa de oiro abraçada por um miúdo que esvoaça na frescura da nortada     à volta corpos de ervas preciosas estendem os braços fingindo tocar a dança circular da ave marinha do leão de papel e do elefante de patas ao ar poluído por gritos
como um bêbedo há um jovem que volteia sobre um barco enleado nas ondas corporais da rapariga em folia
uma velha ri
um cão urina
numa esquina dois namorados num
afligem-se os assistentes
espantam-se os passeantes
divertem-se os que vivem
o senhor prior
de passagem sorri
e o carrossel gira mais uma vez e outra



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