ao amanhecer
a rua estreita
com o céu entaipado
a chorar o orvalho
do rio vazante
uma janela que se abre
um portão estridente
uma lancheira transporta um obreiro
fato de macaco azul pardo
dolente e vazio
uma varina
um cabaz de peixe prateado
tirado do frio da cave
e vendido nos subúrbios
como agora pescado
um jovem marceneiro
noite mal dormida
no calor de vendedeira
abre a porta da oficina
contrariado e mal pago
e a cidade move-se
pestífera
num grito atroz
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