erro atrás de erro no caminho da estreita via retorcida a senda torta e entontecida não paro os passos cambaleantes transportam-me para um outro mundo de multidões exaustas pelos pecados que me atormentam nos nós dos dedos
e tu senhor que devias vigiar a macieira dos frutos carnudos e as arestas limar navegas na barca da terra árida mudo de compaixão estás perto de tanto e longe de tudo
junto a mim bebes das minhas águas comes do meu ázimo e conheces-me desde o princípio dos tempos decepcionantes
vês o meu pranto submerso em remorsos os insistentes delitos diabo porque não arremetes contra a lança do desespero e me soltas os parcos cabelos que não alumiam a noite nem ao dia concedem alegria
mostra-me a tua face ao escurecer para que durma à sombra das estátuas vivas da avenida florescente
não é em vão que te peço e me despeço ao adormecer nas ondas do mar sem fim e do céu cruel perco-me sem ti
de que latitude parti eu que me desconheço em que longitude sofro eu que me despeço
tudo é deserto areias sem fim
um coração que sofre arrancado brutalmente ao peito ferido já nada sei a noite aproxima-se e eu sofro
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