sol lá fora que não estrangula o frio gélido
dentro de casa e de mim
a alma oprimida revolta-se na indecisão
no não saber
dizer sim ou não
há sol lá fora
cá dentro escuridão
em manso coração
que apenas quer de tantas guerras descanso
de tantas lutas
renhidas lutas travadas contra moinhos
moinhos de vento sem vento
águas paradas no movimento
de barqueiro adormecido
e há lençóis de linho rasgados em êxtases já olvidados
perde-se a memória perdidos amores gastos em tempo desordenado
não não sei não não saberei não nunca o virei a saber
se o castigo me advém do mal que fiz ou do que farei
não não sei se o castigo a caminho vem ou não
estou aqui sofro mas estou
quase incólume invejado e sóbrio
de taça vazia numa mão
na outra punhal aguçado
triste desalentado pleno de dores
mas armado
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