sexta-feira, 28 de junho de 2013

416. LÁGRIMAS DA MEMÓRIA





curva-se o céu ao dia ensombrado
um beijo prolongado na terra virgem

alto e baixo apaziguam-se
tão serenos 
tranquilos

ah     a margem das águas onde arrancámos 
de dentes cerrados os juncos

aí amámos os desafortunados
amámo-nos a nós
na fortificação imaculada
de muros graníticos

da terra queimada soltam-se lamentos
nascidos das lágrimas da memória


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