sexta-feira, 28 de junho de 2013

424. NO CORAÇÃO DO DEMÓNIO





uma pedra sem nome na árvore que se despe

bebe-se sofregamente vinho adocicado

é antigo o meu anseio

contigo
na cidade portuária
onde os turistas fazem amor às escondidas 
no calar da noite

há ossos esmagados
medos encerrados em pulmões comprimidos
sexos vandalizados
seios apertados contra os cabelos do vento

o preço da paz pago com trinta moedas

e eu
para aqui engolfado
no coração



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