sábado, 29 de junho de 2013

443. OLHAR DE AMAR





naquele tempo
por tantos esquecido
ela era magra
rosto trigueiro
sardenta
esquiva

eu era tão jovem

para amar
bastava-me olhar
e reter sôfrego 
a imagem dela

não era o corpo
que procurava
mas o sorriso
os gestos
a inocência
das palavras
e aquele jeito
tão especial de andar

amava tanto
aquela virgindade
que dou comigo a pensar
que o amor de verdade
está contido num só olhar


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