negritude
não li por escuridão por dormência do espírito vagabundo
em que pensas tu irmão
nos olhos dela nos seus olhos azuis
e no mar
no profundo abismo
nunca mais saí aos temporais
às vagas crispadas de rugas
não mais capeei em capa ardente
olhando o mar de frente
temente
mas não como essa
gente florida
das marinas
cobarde e doente
se o mar me matasse eu
eu morreria
contente
há um mar que corre em nós
amar
há veias
veios d’água e sal
de lágrimas
por te não honrar
há um mar escondido
nos confins da alma
muro erguido
em redor
da lua
em noite estrelada
salpicou-me o lanceiro
feriu-me o flanco
de lírios
azuis
e teu olhar
tua feição
é uma mentira
que mente ao mar
que te mente a ti
incerta paixão
se o que mente mata
que o amar comigo morra
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