brincar às palavras com palavras
signos sinais
que num conjunto imperfeito
são como todo o resto reais
folguedos
palavras que não são coisas nem seres
homens mulheres crianças mas brinquedos
brinco convosco como quem brinca à beira do rio
às pedrinhas redondas macias ágeis e alegres
e no mar aos caranguejos tontos da maré vazia
para não estar só não preciso de estar acompanhado
para não estar triste não necessito de rir
só quero se querer tenho na corrida da vida
ir e vir e brincar com palavras com gente contigo
com frases palavras comigo
não sei o que digo não me interessa
o que sou vou ou deixo de ser se a percepção da morte
me dá uma pressa contínua até desfalecer
escrevo um amontoado de letras de frases de tretas
que a hora é de escrever
tanto faz o que penso melhor seria não pensar
o que a mente soletra a ingénua filosofia dita
escrevo palavras irreais soltas imparciais fontes de estio
prostitutas gastas de ruelas retalhadas e sombrias
brinco e rebrinco pulo no vazio
e vou dizendo a brincar como é sério
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