sábado, 29 de junho de 2013

481. TARDES QUENTES DA CARNE





revolta-se o mar quando o vento nasce no fim do outono

na casa amarela do lago ela penteia os seus longos cabelos

cedo cantam as cotovias no cipreste solitário

no quarto a mão escassa não se abre à cintilação das pétalas rosadas

quando a neve começa a cair à beira-mar

amor morto derramado no regato da montanha
estio voluptuoso das tardes quentes da carne
porquê aguardar por um tempo que nos foge?


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