sábado, 22 de junho de 2013

240. Ó VENTO TRISTE





ó vento triste
como eu
sem mulher 
que te abrace
nem amante
duradoura

alma cansada
da mudança
de muitos amores
com enfado modelados

nas serras as cores pintadas
as fontes claras como vidros 
em espelho laqueadas
os cabelos a esvoaçar transparentes
uma mulher outra e outra
estátuas vivas da volúpia
a abrasar a neve
leve e suavemente

vento 
de muitos amores
meus
teus
até que a morte nos apague
e acenda
porque a brisa que ofusca a luz



Sem comentários:

Enviar um comentário