terça-feira, 18 de junho de 2013

181. APRENDER COM A MORTE





mais um velho 
da minha aldeia
foi hoje a sepultar

o cemitério apinhado de membros desfeitos nas recordações perdidas

as campas graníticas
descarnadas
sorvem as lágrimas da saudade

aqui e ali 
os idiotas que pouco ou nada aprendem com a morte e com o silêncio da morada derradeira
visitam os túmulos frios da madrugada
solenemente beijada pelo orvalho sangrento
deixando neles o pranto da hipocrisia

água de pérfidas faces sulcadas pelo remorso
água que não lava nem alivia o jugo do pecado
água-de-olhos sujada e em vão derramada


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