o dia cai no horizonte a boda vai findando lentamente sem música com a felicidade única do vinho na rua principal do povoado o silêncio o mesmo silêncio gelatinoso e sepulcral do campo-santo onde dormem quimeras ósseas de vaidade e nobreza sem vintém
dói-me o corpo quebradiço em arco não há para onde ir o último navio fantasma esgueirou-se há séculos pela fresta da porta de castanho cozida pelos anos doridos da guerra nele partiram todos os meus sonhos todas as minhas transparências a minha vontade argêntea os meus desejos laminados a ouro
ficou este som de morte preso por um fio de inócua aranha a desenhar a flor do mundo
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