a primavera
sem pressa
caminha nas urgueiras
nos giestais de branca flor
nas pinhas sonâmbulas dos pinhais
dando voz aos chapins
e aos pardais
*
a solidão
tem um perfume
que só os eleitos apreciam
*
de ti venho
para ti vou
és tu que eu sou
*
é bela a sombra –
aponta sempre
o trilho da luz
*
alma que se consome nas delícias do amor
carne rasgada pela vibração dos sentidos -
alma sem pecado
*
corro atrás do vento
de quando em vez agarro-o
de vez em quando cavalgo-o
*
lareira de primavera
e o som de bach
a envolver as chamas
*
geada
campos brancos –
a dor de uma alma angustiada
nos botões da cerejeira por florir
*
o sol enlouqueceu
a lua de amor –
suor de primavera
*
o meu testamento
nada tem de extenso –
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