quarta-feira, 19 de junho de 2013

228. O PALÁCIO DAS MIL E UMA VOZES





não tinha ninguém mas parecia ter toda a gente     suportava heróico a solidão encurralado no átrio do palácio das mil e uma vozes     o luar brilhava nas paredes do silêncio com testa de marfim     a ramagem da árvore do acaso penetrava sorrateira nas duas janelas opacas de arte contemporânea     as aves descuidadas faziam as necessidades nas telhas do vigamento e do ripado sem telhado
era um lugar secreto
para homem só 



Sem comentários:

Enviar um comentário