quarta-feira, 19 de junho de 2013

219. BACIA DE BENGUELA





adormecera
na calmaria 
das águas plácidas
da baía de benguela

sonho rasgado de saudade
do agora velho soldado
das terras de áfrica ausente

à sua frente
no areal
a sua negra
dentes alvos
peitos hirtos e redondos
olhos rasgados
sorria-lhe amorosa
dolente
languescente

desperta envelhecido
esfuma-se a nítida aparição
na face uma lágrima mordente

se soubesse que sonhava
nunca teria acordado

e a negra ainda na praia presente


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