domingo, 23 de junho de 2013

296. HOUVE TEMPOS OUTRORA





houve tempos outrora
em que o meu coração 
era taça plena de energia

hoje nada faz transbordar 
uma taça que está vazia

perdi o que tinha e o que sonhei 
o que disse e o não dito
a paixão dos montes das águas cristalinas
do translúcido rio que em puro veio se dilui
em céus e mares de azul infinito

estou solenemente acompanhado de uma solidão
que viva e morta em cada dia não renasce não cria
nem fecunda o chão do vale verde macio
e o planalto coroado de granito

houve tempos outrora
em que o meu tempo era vida
hoje se não é morte



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