domingo, 16 de junho de 2013

80. AS DORES DO AMOR





não há quem não tenha sabido as dores do amor
amor-palavras de pálpebras cerradas nas olheiras arroxeadas
amor que morre de fome e sede
às portas do templo
véu rasgado por juramento de condenados
e mulheres púrpura
ajoelhadas na velha religião
das dactilógrafas extintas

há pássaros em gaiolas pintadas a oiro marroquino
há uma infinitude de d. juans com cheiro a varão 
nas carícias de outono
nos ardis das noites quentes de verão
há cortejos de prostitutas
há uma branca de neve em cada mulher da vida
há cortesãs nas mulheres-família
e ainda o cio de mosteiros e conventos 
mentira de tudo isto e o sorriso acre e misterioso do falso cego e do seu macaco no ombro cinzento


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