cada homem tem um tempo
que está por detrás de tudo
ânimo esquecido de aves tresmalhadas
que roçam leve nas telhas
no casebre do outeiro
as estrelas também o têm
como orvalho pousado nas folhas amedrontadas da berma
do caminho calcado pelos pés acorrentados dos poetas líricos
na adega fresca e sombria estão os mortos
de outrora
juntos com os de hoje
bebendo em tigelas com fezes de vinho
mágoa cadente
estalactites pendentes dos astros do firmamento
alguém chora escondido
acarinhado em velhos jornais e cartão
donde nasce acorde de viola
corpo de mulher a gemer e a trinar
não chores
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