nas galerias do coração vagueiam fogos marítimos
amanhã não a terei nos meus braços
as barcas passam furtivas em noite de lua cheia inundando de azul ciano
o luar de carícias rosa adormecidas pela brisa quente do beijo suado
prolongado é o arrebatamento do pássaro equatorial ventre de insónia silenciosa
a água está tépida como sangue de verme esmagado nos sepulcros abertos
da civilização burlesca da baixa pombalina
movem-se corpos por entre corpos frígidos opacos indiferentes
à beleza da alma circular e das linhas ondeadas das fêmeas ciosas
neste país não se ama
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