domingo, 23 de junho de 2013

260. AMANHÃ NÃO A TEREI NOS MEUS BRAÇOS





nas galerias do coração vagueiam fogos marítimos 
amanhã não a terei nos meus braços

as barcas passam furtivas em noite de lua cheia inundando de azul ciano
o luar de carícias rosa adormecidas pela brisa quente do beijo suado

prolongado é o arrebatamento do pássaro equatorial    ventre de insónia silenciosa

a água está tépida como sangue de verme esmagado nos sepulcros abertos 
da civilização burlesca da baixa pombalina

movem-se corpos por entre corpos frígidos opacos indiferentes
à beleza da alma circular e das linhas ondeadas das fêmeas ciosas

neste país não se ama



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