segunda-feira, 2 de junho de 2014

683. É BOM TER-TE




era o fogo vivo das longas vigílias da sorte cruel 
num pedaço de papel as ardentes fibras cantavam seu canto de profundos segredos

a esteira de um desses barcos velozes com o pano todo içado brilhava ao luar
era mais de meia-noite e na praia um rapaz acendia uma fogueira de vidas desfolhadas
enquanto jardins cresciam em lábios delicados de duas loucas 

corpos nus no areal com mãos invisíveis a roçarem os ombros circulares
ritmo infernal de voz estridente a clamar por amor

vã é a vida dos fugidios instantes do apetecer

agora sim poderei dizer-te como é bom ter-te





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