segunda-feira, 2 de junho de 2014

672. O DIA QUE HÁ-DE NASCER




fitas verdes nos cabelos a norte
a noite arrosta-se na cauda das sombras do céu vestido de nuvens

no sul o resplendor sagrado que se esconde à hora de mungir o gado

a cidade onde nasci tem os dentes cariados
cidade onde se dança nas caves da exaustão

as eternas florestas anãs dos cumes são luzes de antigos sonhos sumidos nos nossos milenares desfalecimentos
no calor das algas as térmitas do poder
ligeireza perturbante do divino sorvido por avermelhadas cores
tais dores de colombo desenhadas em mares ignotos e calmarias equatoriais

afinal aquela brisa no monte destacava o despertar de maio
e o dia que para mim há-de nascer





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