segunda-feira, 2 de junho de 2014

632. O BEIJO DE JUDAS








na praça apinhada de asnos
desse judas o olhar cerrado
os teus em súplica abertos
geme o coração destroçado

à infame e vil tortura
a que vais ser sujeito
tu nobre e fera criatura
com a mágoa no peito

boca com boca no falso amor
beijo no próprio beijo contrafeito
a olvidar o que em ti é pura dor
vil estirpe em que tudo é imperfeito

vos esconjuro miseráveis humanos
nesta noite de perpétua escuridão
raça que ao mundo só causa danos
a ignorar a essência  da compaixão

muitos são os animais ferozes ou brandos
mas os mais cruéis são os judas e assemelhados






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