segunda-feira, 2 de junho de 2014

638. MANGUALDE




uma locomotiva azul

mangualde

as bagagens comprimem-se na plataforma

um velho de samarra observa curioso o nosso trem reflectido nos seus olhos aguados
saudade de quem já não tem para onde ir
nem forças para partir

são belas as suas rugas     talvez o sejam também as suas memórias
os botins quase desfeitos pelo tempo batem alternados no solo

é assim que os pobres aquecem os pés

um silvo     partida
o tempo pára





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