segunda-feira, 2 de junho de 2014

680. DE AZUL NO LARANJAL




imagino-me de azul no laranjal
as mãos cruzadas no peito
o silêncio das nebulosas
na brisa redonda do ribeiro choroso

a praça dormia nas lágrimas prateadas
da cruz melodiosa dos ecos trinados
sombras serradas pelas estrelas
nos bolsos de mendigos gastos

os pássaros ocultavam suas cabeças
como velhos soldados
de máscaras de vidro 
sujas baças coçadas e medrosas

ninfas de cetim em gemidos
atravancavam as frestas dos muros
e as arestas do meu coração
ornado por mil e um louros





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