terça-feira, 3 de junho de 2014

691. A ROMÃ




sonhei em vão
não lembro
a romã aberta
à taça alada
das palavras
retesadas

todo o sangue
tem um preço
no cadafalso negro
o cabelo recusado
ociosos carrascos
névoa que baixa
nos ombros anões
deformados

romeiros que se desfiam
e tecem nos aguaceiros
grilhões escuros madeiros
pés descalços no manto
teia acesa da morte

o vento parou

que fazes dormindo
rio  amado e  rimado
quando teu amante
do norte já chegou





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