segunda-feira, 2 de junho de 2014

661. CAVES NEGRAS




nas caves negras dos palácios verde-orgíacos derrama-se sangue e esperma
o espaço e o tempo desposam amores mortais

uma ave índigo voa em círculos imperfeitos

amontoam-se leitos na escuridão
carnes brancas     pretas     mestiças
bocas escancaradas a rogar o líquido vital 

lá fora a tempestade parece não ter fim     o vento estremece o roseiral daninho     a chuva inunda a terra do caminho ladeado por buchos-anões     os trovões assustam o sono das crianças que dormem alheias ao temporal     os relâmpagos aquecem o ar

na cave escura faz-se de tudo
e chamam-lhe amar





Sem comentários:

Enviar um comentário