quarta-feira, 25 de setembro de 2013

609. ABRAÇA-ME SENHOR





a porta aberta aos séculos de pássaros sombrios

a palavra que nasce da flor do espaço
           gente em peregrinação quando deus o quer
              não há sinais de sua chegada


    abraça-me senhor
    teu sagrado ventre no meu
    invade-me com teu sangue


    brame mar nas correntes
    mãos de fogo nas pétalas que sucumbem
    na boca de teus dentes

rio dos afectos
margens que se não adivinham
pupila inquieta em plumagem de verão
sinistra cascata onde o tédio se desmorona

    janelo do madeiro corroído


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