quarta-feira, 14 de agosto de 2013

525. CHAMAMENTO E ILUMINAÇÃO





o chamamento quando se julga internamente claro é apelo do próprio chamado no erro do desejo e da vontade reprimida
chama-se a si o que sofre e pela força anseia a luz do dia
chama julgando-se chamado e como superficialmente ama pensa-se profundamente amado

chamamento é dúvida sofrimento indecisão de quem os primeiros passos ensaia na vereda sombria da iluminação

no atalho que distancia chamamento e missão há a interrogação envolta em escuridão de fé
de morte ferida a indecisão pesa-se a cidade das coisas e a metrópole do espírito     ninguém pode bem servir dois senhores 
penhorar os seus instintos aos desígnios incompreensíveis

o recalcamento mata     a substituição destrói     e a compensação frustra
nas duras e pedregosas terras do cume não crescem os mimos dos hortos     
só se alimenta de neve e vento quem desdenhou os sórdidos banquetes     aquele que se abandona ao espírito do mundo     
só vence a morte quem venceu a vida na morte do dia-a-dia

a solidão faz a poesia surda

deixar tudo seguindo o trilho das rosas brancas com a carne violada por espinhos transfigurados em beatitude


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