quarta-feira, 14 de agosto de 2013

510. OS TEUS POEMAS





uma águia real no desfiladeiro deserto

um resineiro de almas excomungadas

o coração inflama-se nas vísceras do cisne negro


ser-me-á tolerado alguma vez ouvir os teus poemas?


a voz     ouve-se a voz e o eco nas profundezas do ventre
sombra de nuvens na parede de mármore a interrogar os deuses
desfibrados em trançado     filigrana do passado 

hoje não verei ninguém enquanto a paz reluz na carruagem de seis rodados
vinte azagaias apontadas ao centro da planície onde o melro canta operetas de solaz

prostrado nos degraus cinzentos do salão doirado
conformado à tua tenção vigio

poderei alguma vez auscultar os teus poemas



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