quarta-feira, 14 de agosto de 2013

511. NOITE DE CLAUSURA





noite de clausura

amanhã verei veleiros armados para o derradeiro acometimento     cruzadores do grande mar oceano onde mostrengos e seres estupendos se erguem     

essência da solidão de probo mareante     
irresolução     o mar clama por mim 
    
    
ouço strauss     há muito que o não ouvia     
trivial é a sonoridade dos grandes santuários apinhados de estultos   

a iluminação é o entusiasmo do amante que nunca tocará a amada 
mas que divisa como ninguém     

        o vazio dos empreendimentos 

        a vulgaridade do êxito

        o nada do empenho humano

        o sem-sentido da existência


pobre humanidade que se arroja aos chispes de ídolos de barro 
que se peita por pataco infeccionado de duplicidade  
que vegeta nas pedras abrasadas da ilusão
áridos terreais viscosos     
                                nojo      
  
derrotismo e desesperança?
não espúrios atlantes

ratificação do enlevo temerário de quem perfilha a realidade 
no cerne demoníaco da civilização dissonante


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