sábado, 17 de agosto de 2013

541. HORA DE ORÇAR





sombras chovem descontinuidades enquanto me movimento no precinto sem tecto     


há um santuário doirado efervescente no fundo do coração em chama viva que erijo

um poema em cada verso por rimar


hora de orçar o alento    tempo rijo      marear em águas temperadas na robustez do costado

fenda na alma tapada com estopa alcatroada 


 http://www.homeoesp.org/livros_online.html



agonia que corrói as entranhas     momento azul

a tarde não deslembra o crepúsculo matinal     as velhas     vacas amamentadas pelo suor dos ardinas
basculham a sudação sobrenatural das marafonas atlânticas


surdina da fome de mar no tentáculo ofendido em seus tendões  



as nuvens chovem no meu movimento 

quando paro     ressaca nebulosa de vaga paradoxal
anelo de temporal


veleiro expirante na rota impossível discordante aos alíseos dementes

dedos de mareantes colados à cordoalha disforme 
a partida e a chegada dos cavaleiros     bandeirantes da decrepitude


descobridores do entejo



do tejo parto     imagem de nossa senhora dos navegantes à proa

sem saber se retornarei ou não


pela torna-viagem uma loa






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