quinta-feira, 9 de outubro de 2014

799. TENHO SEDE



a nudez arrasta-se lânguida pelos candelabros do salão antigo        eu conheço a chama dos corpos vivos a febre do esperma a cobrir o dorso das palavras que se constroem na rigidez dos membros        bebo o vinho da tua boca rasgada        num mar revolto de desejo oferto-te os meus braços e invento um poema com o sabor do sal das ínsuas        beijo-te a boca cravo os meus dentes nas letras ritmadas
sugo-te o ventre
tenho sede      lava-me as entranhas      suga-me a vida





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