quarta-feira, 8 de outubro de 2014

750. CORPO PENETRADO



o corpo penetrado sem tempo

três cavalos brancos na lezíria

o vento sopra no meu peito
entre as pernas

na febre da bainha
no lençol de papel escrevemos nossos êxtases
o princípio e o fim das noites gementes
onde os corações se incendeiam

pétalas acompanham a lentidão da língua na flor dos lábios

inventámos as posições sem vereda      a sagrada pira
consumámos o grito surdo do orgasmo
silenciámos o universo na sua prepotência
e destruímos o pecado que do corpo nasce e no corpo respira





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