sábado, 11 de outubro de 2014

820. NUA NO TERRAÇO



os meus dias são redondos e magros como mirtilos silvestres        framboesas do queixume      abrunhos tombam incertos nas palmas das mãos abertas      quero a marca dos teus caninos rente à minha vontade
a secreta arte
do caminhante do deserto
os rubis que se escondem
nas grutas cruéis
a cruz que nos prende à terra estéril
a vertiginosa cisterna esmeralda        lábios marítimos donde te ergues
agora é tarde      limito-me a escutar o som que se incendeia no teu corpo virgem      a saudação do teu regaço
o que teces e o que desfazes
ao luar
nua no terraço





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