quinta-feira, 26 de novembro de 2015

981 - HOJE HAVERÁ VIDA



os rios correm nas palavras secas

uma multidão apressa-se a roer pedaços de horas ridicularizadas pelo cataclismo dos pulsos

uns lábios grossos abrem-se no sorriso dos passos incertos
ter-te assim com a ternura de uma antiga guerra à beira-mar

na mesa colam-se os copos vazios        o vidro fosco arrasta-se pelos raios de sol 
onde acostam embarcações tais facas de salteadores divinos

hoje haverá vida        volúpia        transcendência
e aquela gigantesca paciência dos amantes liquefeitos





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