quinta-feira, 26 de novembro de 2015

978 - PROCURO-TE



sento-me à beira da cama que ladeia o rosto da aridez        incendiado pelas visões de veludo procuro-te

o eco dos papéis soltos pulsa na avenida deserta

o corpo estremece propício à embriaguez na margem do cais

imobilizado pelo odor da cidade deixo que a lâmina de aço faça maliciosamente o seu trabalho no sepulcro da saudade

ao anoitecer quando as vozes morrerem saberei a verdade




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