domingo, 26 de outubro de 2014

933. FALO COM AS MÃOS



falo com as mãos
unhas que são garras soletram 
os ossos
dos afogados

com os meus dentes
lavro a terra que arde
nas profundezas da alma

na orla dos rios
recolho flautas      túneis dos canaviais alados

na berma dos caminhos orvalhados o degelo das lágrimas da orfandade





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