domingo, 26 de outubro de 2014

897. A PAZ SÓ FLORESCE NO NOVEL



um doce aroma percorreu o meu peito aberto às nuvens

o pomar em linha exibia os vagões obsoletos da cristandade

telhados e antenas

telhas enegrecidas

paredes com rosto de tijolos arcaicos

tudo tão macabro como os habitantes daquele descampado sujo e pérfido

vacariça

um cedro decapitado vegeta no centro do pinheiral cerzido por fetais e silvados
o trem urra

destino      celorico da beira      guarda      sempre o destino larvar da inconstância      estações incontinentes da inconsequência

o coração em desatino na preparação da viagem solitária
é urgente reequipar o navio      impor ao rumo um espírito novo      dotá-lo de uma alma renovada imune ao vendaval do sem-sentido-perpétuo

a paz só floresce no novel





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