quarta-feira, 8 de outubro de 2014

758. APUNHALO O ESPAÇO E PENETRO O INFINITO



o desejo ferve no canavial
lume na ínsua do coração

a palavra que se não diz
nuvem que se espalha
na mortalha da razão

florescem os sentidos
nos ciprestes milenares

do gozo
da morte
da vida

e eu grito
estremeço
transcendo tempo
e num lamento
apunhalo o espaço
penetro o infinito





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