cinco ou seis horas
madrugada
à porta da padaria
uma cigana idosa
aprisionada
ao negro tecido
profundo
tão profundo
quanto o universo
chora em segredo
um casal de jovens
beija
lábios gelados
faces pálidas
noite acordada
um vagabundo acanhado
barba branca de neve
acarinha a muda melancolia
olha o céu busca a alma
em estrela anónima
entretanto
a padaria abriu
as suas portas
e o céu fechou-se
Sem comentários:
Enviar um comentário