sábado, 15 de junho de 2013

42. É PRECISO INVENTAR O AMOR





é preciso inventar o amor
plantámos apenas palavras de encantamento que morrem à beira do rio ascendente     feitiço de mortos-vivos 
a ilusão do peito submergido nos ácidos projectados em escombros     miséria rastejante perdida no deserto de leis desconhecidas sarcasmo hormonal de corações falsamente compassivos umbral de porta escancarada ao equívoco e ao desejo alucinatório de sacros sofismas luz feérica de ruelas adormecidas no néon da praça virgem
é preciso reinventar a mentira


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