trave mestra
o carro
cai na chuva
desfeita
abre-se o clarão
do dia em dor
a mala a parir
alteia a voz
pássaro
a vomitar fumaça
na gente que passa
o céu varrido
por raparigas apertadas
de desejo
um jovem imprudente
beija uma donzela
frente ao pai dela
na rua nua
um brasão
um coração em brasa
imaginação imprevidente
no saco de lixo a apodrecer
ao amanhecer
a poesia
canta o silêncio
em fá sustenido
nos poemas
os répteis das palavras
um homem falido
carteiro
sem cartas
de amor
mendigo
sem lenço
nem lençol
alma gasta
nas tripas
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