a poeira cegara-o
um livro manchado com borra de café
atravessou a manhã submersa em quimeras e ajustes de contas
as casas dispersaram-se ao sol radiante de telhas alheias
recebeu cartas de fumo tormento e lume
perdeu de vista o mundo alheara-se
do rumo traçado num aeroplano feito de folha de caderno de espuma
o destino cumpre-se na sonda celeste do interior perfumado
de cada flor de cada lâmina verde-opaco verde-borro
execrável secreção terminal do quotidiano
era o seu gemido de lágrimas silenciosas dor a aderir
à pele vermelha por dentro a brotar angústia pelos poros geados por fora
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