segunda-feira, 17 de junho de 2013

155. SEU NOME SIMPLESMENTE TRISTEZA





a poeira cegara-o

um livro manchado com borra de café 

atravessou a manhã submersa em quimeras e ajustes de contas

as casas dispersaram-se ao sol radiante de telhas alheias

recebeu cartas de fumo tormento e lume
perdeu de vista o mundo alheara-se
do rumo traçado num aeroplano feito de folha de caderno de espuma

o destino cumpre-se na sonda celeste do interior perfumado
de cada flor de cada lâmina verde-opaco verde-borro
execrável secreção terminal do quotidiano  

era o seu gemido de lágrimas silenciosas dor a aderir 
à pele vermelha por dentro a brotar angústia pelos poros geados por fora

seu nome simplesmente tristeza


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