domingo, 26 de outubro de 2014

924. O CAVADOR



o cavador à chuva sentia nas mãos calejadas a bruma do sofrimento

nos dedos tristes de seixos rolados
pulsava a aliança da desolação
sangue empedernido de séculos ferozes

o fim do dia ia tão alto que se podia adivinhar a noite e
seus espectros milenares
feitiços lacustres desenhados a pinho e granito cinza





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