domingo, 26 de outubro de 2014

899. CURTA VIDA E VASTA ESPERANÇA



o amor      não a palavra mas o acto o grito o gesto deveria ser uma pedra lavrada como aquela casa azulada na colina      arremessá-la-ia longe com a força ingénua da criança que há em mim nos momentos audazes e felizes      e nunca a iria procurar      procuraria outra e outra e outro tanto noutra que lançaria ainda mais longe na adolescência do sexo na utopia da paixão e no coração incandescente e fascinante da ilusão primigénia
pedra a poisar nos arbustos selvagens em silvados intransponíveis nos sôfregos matagais      por ali ficaria ao som dos madrigais espiando amantes furtivos noivos cativos       e sem bulir
ouviria as palavras amenas de curta vida e vasta esperança





Sem comentários:

Enviar um comentário