domingo, 12 de outubro de 2014

861. A TUA GULA



degraus da tua fome marcam os seios nos caminhos desertos        lábios espessos  
nas mãos cheias de vento o riscado da tua gula      cabelos nos ombros dormentes
tempo de romãs em que me ergo
tempo de medo
o segredo do amor
naquilo que faço
e desfaço
ato e desato
desejo que nasce
no corpo em que nos dias renasço
ao longo das tuas pernas ato o chicote das tranças rubras   
desato o corpete        eis o teu ventre
a memória do sangue
o sabor das lâminas
o odor do vício
o abrigo

a floresta verde-ardente
em que escrevo
amo
peco
me venho
e fico





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