sábado, 11 de outubro de 2014

804. TOMO-TE O VASO



o desejo
é o grito
a adaga da liberdade
hino ao sem-limite
a contradição
opaca insistência
de espasmos-sem-razão
o líquido viril
a voragem
navio gemente
na tempestade
do coração
negreiro vil
da cristandade
cinza
odor
luz
calor    
virtude e pecado
com que te 
rasgo  
pernas
pescoço
o ventre raso
e encostando-te
à parede
em súplicas de sede
tomo-te o vaso





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